Hanson
Era impossível não se encantar cada vez que atendia o telefone e do outro lado vinha a voz de Isaac, ou cada vez que ele chegava com uma flor para buscá-la para o cinema. Katarina e Isaac apaixonaram-se rápido, com intensidade. Conheciam-se há menos de uma semana quando começaram a namorar e passavam todo o tempo possível juntos. Até o pai de Katarina, que não costumava simpatizar com os namorados da filha, tinha se afeiçoado a Isaac e os dois tornaram-se amigos.
Até o dia em que ela telefonou, chorando.
- Ina, o que aconteceu?
- Ike ela soluçou. Venha até aqui. Vamos pra algum lugar, precisamos conversar...
Preocupado, ele apressou-se em atender ao pedido da namorada, e vinte minutos depois os dois estavam no carro, em direção a um mirante da cidade onde poderiam conversar em paz àquela hora da tarde.
Apesar da insistência, ela recusou-se a falar até que os dois chegassem lá. Não queria que nada, nem mesmo o trânsito, atrapalhasse a atenção que um deveria dar ao outro naquele momento.
- Me conta, Ina. Por favor, o que houve?
- Estou indo embora, Ike.
- ...embora? Mas... como, embora?
- Meu pai foi transferido ela deixou escorrer uma lágrima, a primeira desde que Isaac a pegara em casa. Ele aceitou a proposta, então vamos embora.
- Mas... ele estava confuso. para que cidade vocês vão?
- "Cidade" não é bem o termo ela enxugou o rosto. Estamos indo para a Áustria.
Ele engasgou, mas ela continuou antes que ele falasse.
- Meu pai viaja no final da semana. Minha mãe e eu vamos daqui a dez dias.
- Ina, eu... não sei o que dizer...
- Eu sei, foi tudo tão rápido...
Ele andava, passando a mão pela cabeça.
- Olha, eu acho que... quer dizer, vocês vão voltar? Eu tenho certeza que podemos...
- Não temos data pra voltar, não sei se vamos voltar, Ike ela interrompeu. E, quanto a nós, eu...
Ele parou, prestando atenção, olhando-a nos olhos. Ela começou a chorar sem parar.
- Eu já tomei minha decisão, Isaac ela falou, e ao pronunciar seu nome ao invés do apelido, ele se alarmou. Por isso eu quis conversar com você a sós. Eu imaginei que você estivesse disposto a tentar, mas eu... não estou. Eu não consigo.
- Ina, você está dizendo...
- Estou terminando nosso namoro ela soluçou mais forte porque nós não merecemos passar por isso. Me desculpe, Ike. Espero que possa me entender.
Ele sentiu-se confuso, triste e irritado ao mesmo tempo. Ela nem havia dado tempo dele expor sua opinião. Ele realmente gostaria de tentar, mas viu que ela não estava deixando espaço para que eles discutissem a situação. Chateado, ele acabou aceitando, ainda que não concordasse.
- Bem, se você já tem certeza, acho que é assim que tem que ser ele falou, conformado. Vamos, eu levo você pra casa.
Os dois entraram no carro e saíram, fazendo o caminho de volta em silêncio. Caminho que eles faziam pela última vez com um abismo entre os dois, um abismo com o qual teriam que aprender a conviver daquele dia em diante. Viram-se numa rápida despedida dois dias antes da viagem, mas depois disso nunca mais se falaram, restando apenas as lembranças e a incerteza de como teria sido se...
Até o dia em que ela telefonou, chorando.
- Ina, o que aconteceu?
- Ike ela soluçou. Venha até aqui. Vamos pra algum lugar, precisamos conversar...
Preocupado, ele apressou-se em atender ao pedido da namorada, e vinte minutos depois os dois estavam no carro, em direção a um mirante da cidade onde poderiam conversar em paz àquela hora da tarde.
Apesar da insistência, ela recusou-se a falar até que os dois chegassem lá. Não queria que nada, nem mesmo o trânsito, atrapalhasse a atenção que um deveria dar ao outro naquele momento.
- Me conta, Ina. Por favor, o que houve?
- Estou indo embora, Ike.
- ...embora? Mas... como, embora?
- Meu pai foi transferido ela deixou escorrer uma lágrima, a primeira desde que Isaac a pegara em casa. Ele aceitou a proposta, então vamos embora.
- Mas... ele estava confuso. para que cidade vocês vão?
- "Cidade" não é bem o termo ela enxugou o rosto. Estamos indo para a Áustria.
Ele engasgou, mas ela continuou antes que ele falasse.
- Meu pai viaja no final da semana. Minha mãe e eu vamos daqui a dez dias.
- Ina, eu... não sei o que dizer...
- Eu sei, foi tudo tão rápido...
Ele andava, passando a mão pela cabeça.
- Olha, eu acho que... quer dizer, vocês vão voltar? Eu tenho certeza que podemos...
- Não temos data pra voltar, não sei se vamos voltar, Ike ela interrompeu. E, quanto a nós, eu...
Ele parou, prestando atenção, olhando-a nos olhos. Ela começou a chorar sem parar.
- Eu já tomei minha decisão, Isaac ela falou, e ao pronunciar seu nome ao invés do apelido, ele se alarmou. Por isso eu quis conversar com você a sós. Eu imaginei que você estivesse disposto a tentar, mas eu... não estou. Eu não consigo.
- Ina, você está dizendo...
- Estou terminando nosso namoro ela soluçou mais forte porque nós não merecemos passar por isso. Me desculpe, Ike. Espero que possa me entender.
Ele sentiu-se confuso, triste e irritado ao mesmo tempo. Ela nem havia dado tempo dele expor sua opinião. Ele realmente gostaria de tentar, mas viu que ela não estava deixando espaço para que eles discutissem a situação. Chateado, ele acabou aceitando, ainda que não concordasse.
- Bem, se você já tem certeza, acho que é assim que tem que ser ele falou, conformado. Vamos, eu levo você pra casa.
Os dois entraram no carro e saíram, fazendo o caminho de volta em silêncio. Caminho que eles faziam pela última vez com um abismo entre os dois, um abismo com o qual teriam que aprender a conviver daquele dia em diante. Viram-se numa rápida despedida dois dias antes da viagem, mas depois disso nunca mais se falaram, restando apenas as lembranças e a incerteza de como teria sido se...